Brasitópia, o país ingovernável
Brasitópia um dos Países do leito emergente, banhado pelo mar das promessas, possuía as maiores riquezas do planeta. Desde sua descoberta, fora envolvida pelas promessas dos seus exploradores. Acharcados, roubados, destituídos de seus tesouros. Dava lugar, frequentemente a projetos vindouros e ilusões vendidas para seu povo.
O povo de Brasitópia tinha sido marcado pelas forças divinas, com alguns problemas de ordem física e moral. Uma grande parcela era cega, outros surdos, alguns destituídos das mãos. Tornando-os extremamente dependentes das ações “caridosas” do grande Estado. Por não terem buscado uma instrução de qualidade, deixaram-se de dominar, séculos a fio, pelos pseudointelectuais, equivalentes aos carrascos das histórias medievais.
A população de Brasitópia, seguia seus rumos crendo que o Estado, o grande pai, sorvia suas necessidades sempre que precisavam. Com sua evolução, desenharam a “mais” perfeita das Constituições, onde o povo estava centrado em suas entrelinhas. Com garantias asseguradas de educação, saúde e direitos de igualdade para todos. Contudo, as armadilhas da ignorância, colocaram-nos em uma situação deveras preocupante e omissa.
A história de Brasitópia havia sido desvirtuada, submetida a uma reconstrução fundamentada em mentiras e exclusões. A princípio, no período do seu reinado havia boas intensões por parte de seus governantes. Desejosos por fundaram um grande império no ocidente. Porém, más intensões povoam as mentes dos homens oportunistas e traiçoeiros. O império ruiu, vitimado por seu primeiro e grande golpe. Desde então os governos de Brasitópia, foram alternados por políticos vinculados às mais equivocadas ideologias.
Por ser um país de grandes dimensões, possuidor de grandes riquezas, tinha grande potencial para torna-se uma grande nação. No entanto, interesses escusos e perigosos tomaram conta dos dias daquele povo. Povo esse, que até então, mantiveram-se a margem, como simples expectadores. Crentes nas palavras daqueles que diziam representá-los. Entregavam sua fé, viam seu dinheiro ser tomado na forma de impostos, com tantas promessas nunca cumpridas.
Alguns menos cegos, menos surdos, passaram a buscar uma educação sustentada na verdade. Encontrando ferramentas, objetivando a construção de uma sociedade mais livre. Desejosos por construírem dias melhores, começaram a entender que toda aquela dependência desvirtuada frente ao Estado, era completamente desvirtuada. Sentiram-se traídos e abandonados em meio a tantas promessas nunca cumpridas. Viram-se sós, legados a uma sorte inglória. Passaram a elaborar uma fórmula, a fim de livrarem-se de todas aquelas amarras de então. Idealizaram um grande líder como “salvador da pátria”. Aquele que os livraria dos grilhões do passado.
Após anos, formando novos pensadores e trabalhadores livres, viram na figura de um homem, alguém que poderia iniciar um processo de mudança. Uma grande mobilização nacional começou, muitos gritos e bandeiras foram erguidas. E um sentimento nacionalista nunca antes visto, veio à tona. Uma grande parcela da população percebeu que haviam sido enganados até então e que precisavam mudar. Para mudarem, precisavam lutar contra toda uma centena de integrantes dos antiquados e ultrapassados modelos de governantes.
A luta até ali parecia ter sido ganha, afinal o representante daqueles que queriam uma grande mudança, chegará ao poder. Mas, em Brasitópia as boas intensões nem sempre assumiam a forma da verdade. O Estado até então, era completamente aparelhado, havia muitos políticos como senadores, deputados, juízes de uma corte suprema, muitos e muitos funcionários públicos dependentes de toda uma estrutura de conivência.
O povo de Brasitópia, acostumado com as grandes festas, com as grandes expressões de paternidade do Estado. Seguia embalado pelas falsas expressões televisivas, pelas loterias de dias vindouros de riquezas. O “salvador da pátria”, tomou forma como um grito retido na garganta de muitos. Porém, não perceberam que seu salvador não poderia governar seu País sem bons senadores e deputados. Desta forma, Brasitópia viu que estava a mercê de uma sorte deverás triste. O sistema estava completamente viciado e nenhum “salvador da pátria” conseguiria governar com boas intensões.
Infelizmente, Brasitópia viu seus sonhos legados a promessa de um futuro que nunca chegava. Seu povo, apesar de cansado, deixava-se dominar pela luxúria e promessas que nunca tomavam forma. Mas o circo televisivo sempre acabava dominando, saciando com vinho acre, a sede, e aplacando a fome, com o pão bolorento, aos menos atentos.
Aos olhos da ONU – Organização das Nações Utópicas, Brasitópia era encarada como uma nação corrupta, com grandes potenciais de crescimento, dotada de riquezas inigualáveis. Vista como uma nação a margem da verdade, presa aos grilhões de mentiras e atos equivocados. Muitos estudos, apontaram que o problema da corrupção apesar de serem importante, não era o maior deles. Mas o desprezo, como a população lidava com seus candidatos durante as eleições. Legando a plano nenhum a importância dos seus representantes.
Brasitópia é um país com potencial, com grandes promessas, aquele ainda legado ao futuro. Durante anos permaneceu na inércia, dominado por mentiras e corrupção. Viram suas riquezas serem roubadas, corrompendo os mais diversos segmentos de sua sociedade. Seu povo ainda dominado pelos frutos de sua ignorância e descaso, permite-se enganar, curvando-se as migalhas que lhe são oferecidas. Brasitópia é uma grande nação, mas ainda legada aos tempos vindouros.
Jefferson Kleber Forti
Belo Horizonte, 02 de Maio de 2020
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