Mentes Brilhantes Em Caixas Pequenas


Muito se tem discutido sobre qualidade de ensino e quais a melhores técnicas de educação. E um mar de controvérsias se forma diante do tema. Neste universo em que nossa sociedade está inserida, envolta por uma imensidão de informações. Percebe-se quão banalizada tornou-se o aprendizado. Alguns culparão os professores, outros o método, outros o Estado.

 

Há alguns anos o legado do ensino era destinado exclusivamente ao rito de professores. Estruturando a formação do conhecimento nos ‘B a BAs’, nas tabuadas decoradas, nas informações desenhadas em livros de conteúdos sistematizados. Vieram os novos teóricos, pseudo intelectuais com ideias revolucionárias. E o que fizeram? Desestimularam verdadeiramente a formação do conhecimento. Trancafiaram as mentes vorazes e sedentas, das milhares de criança em formação. Legando o conhecimento à um segundo plano. Outrora temia-se o professor. Aprendia-se algo pelo temor de um puxão de orelhas ou ser reprovado. Hoje alguns professores assumindo uma postura passional e desvirtuada de interesse mais nobres, não são temidos ou respeitados. Pior, não motivam os aprendizes a saírem da condição de ignorância.

Não é difícil de se imaginar, quantas mentes brilhantes foram completamente dizimadas pelo total relaxamento e desrespeito as liberdades individuais de cada um. Trancafiar a mente de uma criança em um caixa de pregações ideológicas, sejam elas quais forem. É destrutivo, é devastador. E a preocupação da maioria dos processos de educação, não parece dar sinais de aprimoramento. Universidades outrora de renome, hoje recebem jovens que precisam reciclar matemática e língua portuguesa, para conseguirem dar os primeiros passos nas ciências que escolheram. Os completos analfabetos funcionais, que desprezam livros e conhecimentos gerais. Envoltos por uma cultura medíocre, descrevendo horizontes de deterioração mental.

Nos meios acadêmicos, descobre-se todos os dias, uma quantidade imensa de trabalhos e projetos destinados ao lixo. Isso é fato, já reconhecido por pensadores que ainda insistem em sobreviver nesse lamaçal de hipocrisia.


Mesmo assim existem aqueles que sobreviveram. Muitos inclusive, desvinculados dos meios universitários. Trabalhando e estudando como autodidatas. Financiando seu aprimoramento, frequentemente com recursos próprios. Conseguem desenhar um futuro com um aspecto mais promissor. Longe do academicismo e políticas desvirtuam a mente.

A questão a ser debatida não a “Educação para Todos”, com intervenção e tutela do Estado. Isso já provou que não é o caminho. Pois, para o Estado a ignorância cria dependência. E o Estado adora tutelados e filhos vulneráveis.


A educação precisa ser revista completamente sem moldes que favoreçam a vulnerabilidade do indivíduo. Precisa ser personalizada, pois ao contrário do que muitos advogam, cada ser humano, guarda em si suas próprias necessidades e dificuldades. Tratar a todos como gado indo para o abatedouro, nunca funcionou e jamais funcionará. 

Vivemos tempos onde a tecnologia é alicerçada por poucas mentes brilhantes. Algoritmos e programações são desenvolvidos para automatizar a vida. Poucas mentes por trás de inúmeros processos, que caso não sejam renovadas, trarão grandes transtornos para o futuro da sociedade.

Nunca a humanidade teve acesso a tanta informação. Um espaço de dados que se não forem utilizados, simplesmente perderão o sentido. O processo de aprendizado é algo complexo e não pode continuar a ser banalizado. Se o individuo não for capaz de adaptar-se, enriquecendo de seu conhecimento, ele não será capaz de corrigir seus erros, muito menos otimizar seu processo de melhoria. Tornando-se incapaz de representa-los e favorecer sua interação com o meio em si.

A reflexão de que educação precisa renovar-se, é ponto crucial para a evolução, principalmente em países em desenvolvimento. A estagnação ou mesmo o retrocesso é algo que guarda em si uma preocupação de grandes proporções. Não é possível mais legar a um segundo plano o aprendizado de contexto globalizante. Favorecendo ao indivíduo uma linguagem capaz de retumbar nos quatro cantos do planeta. Algo vital para que a humanidade não perca, os séculos e séculos de evolução, do trabalho de mentes brilhantes. Mentes que insistiram em sair da caixa da ignorância.

Jefferson K. Forti

Belo Horizonte, 16 de agosto de 2020


 

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